Pode não haver desafio maior para uma família empresarial do que o surgimento de problemas de saúde comportamentais em um membro da família.
Arden O’Connor, que não é apenas uma profissional da área, mas também alguém que enfrentou o vício em sua própria família, compartilhou conosco suas dicas para ajudá-lo a começar a lidar com um problema de saúde comportamental em sua própria família:
1. Discuta abertamente quaisquer predisposições genéticas para doenças mentais ou dependência – seja honesto sobre os pontos fortes e as vulnerabilidades da sua família.
2. Identifique e aborde rapidamente sinais de um problema de saúde comportamental. Um sinal isolado pode não ter sentido, diz O’Connor, mas uma combinação de problemas menores ou um problema mais sério pode requerer atenção. Questões como gastos excessivos, problemas judiciais e algumas situações médicas (por exemplo, um jovem adulto tendo que fazer uma lavagem estomacal enquanto estiver na faculdade) podem sugerir um problema mais profundo, incluindo um desafio de saúde mental, abuso de substâncias ou um distúrbio alimentar.
3. Se um ente querido resiste aos cuidados, estabeleça limites e mantenha-se fiel a eles até que a pessoa se torne mais receptiva. Considere uma intervenção.
4. Encontre uma equipe de profissionais qualificados para fazer diagnósticos, traçar um plano de cuidados, recomendar tratamento hospitalar ou ambulatorial e monitorar o progresso.
5. Assuma que seu ente querido precisará de apoio terapêutico e alguém para tomar responsabilidade por ele a longo prazo (de um a cinco anos).
6. Defenda o seu ente querido. Questione os prestadores de cuidados quando tiver dúvidas sobre o curso de acção e obtenha uma segunda opinião.
7. Gerencie proativamente as liberações de privacidade – HIPAA(a lei de privacidade médica), procuração de saúde, notas universitárias – para que os membros da família não possam esconder os problemas que podem vir a acontecer. Peça permissão ao seu familiar para ver esses registros críticos como uma forma de acompanhar como eles estão se saindo. “Recomendamos que os pais introduzam o conceito de divulgação de informação desde cedo, a todos os seus filhos (não apenas a indivíduos com desafios pré-estabelecidos)”, diz O’Connor. A linguagem pode ser algo como, ‘Nós amamos você e queremos ter certeza de que podemos acessar informações se você acabar em um hospital ou incapacitado’. Porque estamos investindo em sua educação, também queremos ter uma noção do seu progresso”.
8. Identifique um profissional para trabalhar com membros da família (pais, irmãos, filhos, etc.) sobre como apoiar produtivamente alguém com um problema de dependência. Tópicos importantes incluem compreender o diagnóstico, estabelecer limites saudáveis e manter rotinas individuais de autocuidado, mesmo durante crises.
9. Trabalhe com profissionais, crie um plano razoável de apoio financeiro. Nos casos mais complicados, o beneficiário recebeu (ou receberá) um pagamento único em uma idade específica, independentemente de seu bem-estar mental. Para indivíduos com problemas de saúde comportamental, o documento de planejamento patrimonial deve incluir contingências que permitam que as distribuições sejam discricionárias, ou dependentes de critérios específicos. Idealmente, os profissionais que redigem e implementam as ações do documento têm acesso à educação e aos profissionais da saúde mental.
10. Lamente a perda do que eram os seus sonhos para o futuro deste ente querido. Tente aceitar que seu ente querido possa viver uma vida diferente daquela que você imaginou, mas não será necessariamente uma vida menor.
Varrer um problema para debaixo do tapete não ajuda o membro da família que você ama muito. Com problemas de saúde mental ou vícios, tentar lidar sozinho com um problema familiar pode prejudicar relacionamentos chave, às vezes de forma irreparável. Permitir que um problema de saúde comportamental fique sem solução ameaça não só a saúde de seu familiar e seus relacionamentos familiares, mas também, em última instância, a saúde e a reputação do negócio que você tanto trabalhou para construir.
Para uma discussão mais completa sobre questões de saúde comportamental em sua família, veja a entrevista de O’Connor com a diretora editorial da Banyan aqui.
*Adaptado do livro Harvard Business Review Family Business Handbook de Josh Baron e Rob Lachenauer. Páginas 156-159.